Outubro é o mês em que o rosa toma conta das ruas, empresas e redes sociais. Mas mais do que uma cor, o Outubro Rosa é um movimento mundial que convida todas as pessoas a olharem com mais carinho para a saúde da mama.
A ideia é simples e poderosa: quanto mais falarmos sobre prevenção, diagnóstico precoce e cuidados, mais vidas podemos salvar.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, mas também é um dos que apresentam maiores chances de cura quando descoberto cedo.
O problema é que muitas vezes deixamos de lado pequenos sinais ou adiamos exames de rotina. Além disso, o impacto da doença não é só físico, mexe com a autoestima, com o emocional e até com a forma como lidamos com a alimentação e o autocuidado.
Por isso, neste artigo vamos conversar sobre quatro pontos essenciais: a importância do diagnóstico precoce, mitos e verdades, como cuidar da autoestima durante o tratamento e qual o papel da alimentação em todo esse processo.
Gostou? Então leia até o fim!
A importância do diagnóstico precoce
Detectar o câncer de mama ainda no início pode fazer toda a diferença no tratamento. Quando o tumor é descoberto em fase inicial, as chances de cura chegam a 95%. Além disso, os procedimentos costumam ser menos invasivos e a recuperação, mais rápida.
O diagnóstico precoce envolve atenção a sinais e sintomas (como nódulos, alterações na pele ou secreção mamilar), mas, principalmente, o acompanhamento regular com exames de imagem, como a mamografia. O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui a avaliação médica.
Outro ponto importante é entender que todas as mulheres estão suscetíveis, mesmo aquelas sem histórico familiar. Claro que quem tem parentes próximos que já tiveram câncer de mama precisa de um olhar ainda mais atento, mas isso não exclui os demais cuidados.
Infelizmente, muitas vezes a demora no acesso aos exames e consultas médicas atrapalha esse processo. Por isso, a informação e a conscientização são fundamentais, quanto mais mulheres buscarem atendimento ao notar algo diferente, maior a chance de um diagnóstico rápido e assertivo.
Além disso, é importante reforçar alguns detalhes: a mamografia é recomendada, no Brasil, para mulheres a partir dos 40 anos, mas pode ser antecipada em quem tem histórico familiar.
Isso significa que não dá para adiar ou esperar “a idade certa” sem conversar antes com o médico. Outro ponto é que, mesmo raro, homens também podem ter câncer de mama, por isso, qualquer alteração suspeita na região deve ser investigada, independentemente do gênero.
Vale lembrar também que o Outubro Rosa não é só um mês para cuidar: é um lembrete de que esse cuidado deve ser constante. O diagnóstico precoce é o maior aliado da vida, e ele depende de um olhar atento e da rotina de exames regulares.
Mitos e verdades sobre o câncer de mama
Quando o assunto é câncer de mama, muitos mitos acabam circulando e atrapalhando o cuidado. Vamos desmistificar alguns deles?
Mito: “Só quem tem histórico familiar desenvolve câncer de mama.”
Verdade: A maioria dos casos ocorre em mulheres sem histórico familiar. Fatores hormonais, ambientais e de estilo de vida também influenciam.
Mito: “Desodorante com alumínio causa câncer de mama.”
Verdade: Não há evidência científica que comprove essa relação.
Mito: “Se não sinto dor, está tudo bem.”
Verdade: O câncer de mama, na maioria das vezes, não causa dor no início. Sinais visíveis ou palpáveis podem demorar a aparecer.
Mito: “O autoexame substitui a mamografia.”
Verdade: O autoexame ajuda a conhecer o corpo, mas não substitui os exames de rastreamento.
Desconstruir esses mitos é essencial, porque eles podem atrasar a busca por atendimento médico. A informação correta salva vidas.
Fonte: Fiocruz | INCA
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Autoestima e autocuidado durante o tratamento
Receber o diagnóstico de câncer de mama não afeta apenas o corpo, mas também o emocional. Alterações físicas, como a queda de cabelo, mudanças no peso ou cirurgias, podem abalar a autoestima e a forma como a mulher se vê diante do espelho.
Nesses momentos, o autocuidado se torna um aliado poderoso. Pequenos gestos, como escolher roupas que tragam conforto, usar lenços e turbantes que valorizem a beleza, manter a pele hidratada e investir em maquiagem (se for algo prazeroso), ajudam a resgatar a autoconfiança.
Outro ponto fundamental é o apoio emocional. Conversar com familiares, amigos ou participar de grupos de apoio fortalece. Além disso, buscar ajuda psicológica é uma ferramenta valiosa para lidar com as emoções e enfrentar os desafios do tratamento.
Atividades físicas leves, orientadas pelo médico, também contribuem para o bem-estar e para o controle do estresse. Manter hobbies e momentos de lazer reforça a sensação de que a vida continua além da doença.
Mas o autocuidado vai além da estética: trata-se também de respeitar seus limites e aprender a acolher as próprias emoções. Alguns dias podem ser mais difíceis, e tudo bem. Reconhecer isso é parte do processo de fortalecimento.
Instituições e ONGs oferecem ainda apoio estético gratuito, como oficinas de maquiagem e doação de perucas, ajudando a resgatar a autoestima em meio ao tratamento. Além disso, práticas de bem-estar como meditação, yoga ou espiritualidade podem trazer conforto e serenidade.
Cuidar da autoestima não é vaidade: é uma forma de enfrentar o tratamento com mais força e esperança. Mulheres que se sentem bem consigo mesmas tendem a ter uma adesão melhor ao tratamento e mais qualidade de vida.
E por isso, chegamos a uma das partes principais, a alimentação: você tem se alimentado bem?
Alimentação
O que colocamos no prato também tem impacto direto na prevenção e no enfrentamento do câncer de mama. Estudos mostram que uma alimentação equilibrada pode ajudar a reduzir riscos e ainda contribuir para que o corpo esteja mais preparado durante o tratamento.
Frutas, verduras, legumes e cereais integrais devem ser prioridade, já que são ricos em fibras, vitaminas e antioxidantes. Gorduras boas, como azeite, castanhas e sementes, também são aliadas importantes.
Por outro lado, é importante evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gordura trans, frituras e excesso de carne vermelha. O álcool, inclusive, é um dos fatores que aumentam o risco de câncer de mama e deve ser consumido com moderação ou evitado.
Durante o tratamento, a alimentação adequada ajuda a amenizar efeitos colaterais, manter o peso estável e preservar a massa muscular. O ideal é ter acompanhamento de um nutricionista para adaptar a dieta de acordo com cada fase.
E não podemos esquecer da hidratação: a água é essencial para o funcionamento do organismo, ajuda na digestão, no transporte de nutrientes e até na disposição diária. Durante o tratamento, a hidratação adequada pode reduzir sintomas como fadiga, constipação e até enjoo. Por isso, manter uma boa ingestão de líquidos é tão importante quanto escolher bem os alimentos.
Alimentar-se bem não é só questão de saúde física, mas também de bem-estar — comer de forma equilibrada e se manter hidratada pode trazer mais energia, disposição e até melhorar o humor.
Lembre-se: a prevenção e o diagnóstico precoce salvam vidas. O Outubro Rosa nos convida a refletir e agir em prol de uma vida mais saudável, para nós mesmas e para todas as mulheres ao nosso redor.
A doença pode surgir por inúmeros fatores e, quanto mais cedo descobrir alguma anormalidade, maior a chance de cura. Por isso, se toque, se cuide, faça exames clínicos pelo menos uma vez ao ano. Você se conhece melhor do que ninguém!